No dia 01/06/2022, foi realizada a defesa do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da graduanda Renata Pereira Farias do LACS/UPE, com a orientação da Profa. Dra. Suely Emilia de Barros Santos, do curso de Psicologia da UPE – Campus Garanhuns, intitulado: FUTEBOL DE MULHERES E SAÚDE: PÉS QUE DEFENDEM E RESISTEM AOS IMPACTOS DA TRANSPOSIÇÃO DO SÃO FRANCISCO, sendo a banca composta pela Profa. Dra. Clarissa Marques (UPE – Campus Arcoverde) e pela Profa. Dra. Erika Höfling Epiphanio (UNIVASF).
Esta pesquisa que nasceu no diálogo com o programa de extensão TransVERgente, trabalhou com mulheres camponeses, jogadoras de futebol, impactadas pelas obras da transposiçãodo rio São Francisco, no Sítio Cipó em Sertânia/PE.
Assinalamos que esta pesquisa através de uma leitura do feminismo decolonial, realça os caminhos percorridos pela equipe feminina de futebol do Cipó Futebol Clube delineando no território rural, um contexto de luta, resistência, construção e reconstrução dos modos de ser e existir como mulheres sertanejas e agricultoras.
Com a bola no pé essas mulheres camponesas contam como se mostram os dribles no jogo do viver atravessado pelo sofrimento do pensamento desenvolvimentista presente no megaempreendimento da transposição do São Francisco, bem como os modos de revelação dos preconceitos presentes no universo patriarcal, colonizador. O futebol de mulheres agricultoras cultiva o cuidado com a saúde, com a sororidade feminina, com a prevenção as violências cotidianas.
Este momento marcou gols com a presença das jogadoras, mesmo que de forma virtual, sinalizando que uma pesquisa decolonial solicita a presença dos povos da terra para ser autenticada, não apenas na academia, mas em especial pelas jogadoras coparticipantes da pesquisa.
No dia 02/06/22 aconteceu pela primeira vez, na Comunidade Quilombola do Castainho, a defesa do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da graduanda Ingrid Jessiane Vieira Lima do LACS/UPE, com a orientação da Profa. Dra. Suely Emilia de Barros Santos, do curso de Psicologia da UPE – Campus Garanhuns, intitulado: SAÚDE POPULAR NA COMUNIDADE QUILOMBOLA DO CASTAINHO: “VAI APRENDENDO!!… NÓS TEMO UMA RIQUEZA IMENSA…”.
Essa atividade acadêmica marca a presença do encontro de saberes acadêmicos e tradicionais, e de um pensamento e atitude decolonial na qual a pesquisa é dialogada no próprio território, em especial pelo diálogo que trança com o programa de extensão Um Pé de Saúde.
Um outro aspecto importante a ressaltar, foi a composição da banca, contando com a participação de Jucelino Mendes Barbosa (Quilombola, Agricultor, Técnico em Agroecologia), da Profa. Dra. Wanessa da Silva Gomes e do Prof. Dr. João Ricard Pereira da Silva, ambos da UPE – Campus Garanhuns. Essa banca assinala que há sim saberes distintos e precisam ser escutados e respeitados.
Pesquisar em territórios quilombolas vem anunciando que temos um compromisso social, ético-político de fazer ciência em coparticipação com os povos tradicionais, os povos da terra. Ou seja, produzir conhecimentos acadêmicos com os referidos Povos, distanciando da apropriação de saberes para construir uma ciência compartilhada.
Este momento solicita quebras de alguns protocolos; reconhecimento dos saberes populares, tradicionais; disposição afetiva para arriscar questionar o saber acadêmico e coragem para sulear o pensamento científico, em especial aqui, sulear uma Psicologia Pé no Chão.