No último dia 12 de setembro, durante a reunião ordinária da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, realizada em Petrolina–PE foi criada em uma iniciativa inédita no âmbito do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, um novo Grupo de Trabalho composto apenas por mulheres.
O novo GT formado, é composto por todas as mulheres da Câmara Consultiva do Submédio, mas está aberto à participação das demais regionais.
A ideia que já vinha sendo amadurecida há algum tempo, surgiu, segundo Ita Porto, presidenta do Comitê da Bacia Hidrográfica do Pajeú, a “partir da própria vivência das mulheres que compõem a CCR, partindo de seus lugares de fala, seja do poder público, usuários e sociedade civil, por suas vivências e realidades nas reflexões a partir dessa caminhada, onde a gente vem constatando a necessidade de olhar para os temas voltados à gestão das águas e meio ambiente com um olhar específico, a partir da abordagem de gênero, entendendo que as mulheres são as mais afetadas na ausência de políticas essenciais como, por exemplo, o acesso ao saneamento básico”.
Para a Profa. Dra. Thaís Guimarães, da Upe campus Petrolina e atualmente membro do comitê na CCR submédio, é importante a presença das mulheres na contribuição e tomada de decisões no que se referem às questões das águas do São Francisco e das populações que dele vivem. “Ressalto o poder da educação nesse momento e entendo a representação que temos ao ocupar esses espaços, somos agentes multiplicadoras e podemos inspirar mais mulheres a se engajarem nesse trabalho de defesa do rio São Francisco, nos múltiplos usos de suas águas, na minimização dos impactos ambientais e na manutenção de sua qualidade a essa e as gerações futuras. Destaco ainda que fazer parte de um grupo tão diverso, composto por mulheres com tantas experiências vividas no âmbito do São Francisco, de diversas instituições, de comunidades e territórios tradicionais, será uma oportunidade de aprendizado e troca de experiências inédita.”
O coordenador da CCR Submédio São Francisco, Cláudio Ademar, destacou a formação do GT e reforçou seu apoio às discussões no âmbito do grupo. “Vejo que essa era uma necessidade dentro do Comitê: abrir espaço para diálogos sob a perspectiva das mulheres, que são fortemente afetadas pela ausência dos direitos básicos, inclusive na gestão das águas, quando falta saneamento, quando falta água, enfim…Claro que sabemos que esse é o primeiro de muitos passos que deverão ser dados por elas e que também não será fácil, mas tenho certeza de que essa é uma construção exitosa”, afirmou.
O grupo já começou a se articular e as mulheres já se organizam para no mês de outubro iniciar reuniões e discutir pautas para serem no âmbito do novo GT.
Por: Juciana Cavalcante (Assessora de comunicação CBHSF – TantoExpresso) e Thaís Guimarães (UPE/Petrolina)