A Universidade de Pernambuco realiza nesta terça-feira (14) a solenidade de outorga do título de Doutor Honoris Causa a Manoel Salustiano Soares Filho, o mestre Manoelzinho Salustiano. Trata-se do primeiro indicado pelo Campus Mata Norte da UPE a receber a mais alta distinção da UPE.
O título de Doutor Honoris Causa é concedido a pessoas eminentes, que não necessariamente sejam portadoras de um diploma universitário, mas que tenham se destacado em determinada área do conhecimento (artes, ciências, filosofia, letras, promoção da paz, de causas humanitárias, entre outras), ou ainda por sua boa reputação, virtude, mérito ou ações de serviço que transcendam famílias, pessoas ou instituições.
Com transmissão ao vivo pelo canal UPE nas Redes no YouTube, o evento acontecerá a partir das 10h no auditório da Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças (FENSG), no Campus Santo Amaro.
Mestre do bordado, mestre de dança, folgazão do Maracatu de Baque Solto, instrumentista, educador/formador das culturas populares, gestor e produtor cultural, palestrante e representante de Pernambuco e do Brasil em diversos eventos, Manoelzinho Salustiano foi agraciado em agosto deste ano com Mestre de Notório Saber pela UPE.
BIOGRAFIA - Manoel Salustiano Soares Filho nasceu no dia 31 de outubro de 1969 no município de Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife. Filho mais velho de Manoel Salustiano Soares, o Mestre Salu, e Tereza Maria Soares, desde cedo teve contato com o universo das brincadeiras populares: cavalo-marinho, maracatu, ciranda, mamulengo, caboclinho, boi, burra e coco.
Em 1977, o seu pai criou o Maracatu Piaba de Ouro, onde Manoelzinho Salustiano atuou como secretário, tesoureiro e presidente por diversos anos. Com influência dos mestres João Calumby e Rubens Martins, em 1983 iniciou o aprendizado da arte de bordar golas de caboclo de lança e estandartes de agremiação carnavalescas, ofício que desenvolve atualmente.
Contribuiu com a organização das manifestações culturais na Zona da Mata Norte de Pernambuco, com participação na fundação da Associação dos Maracatus de Baque Solto, na qual ocupou diversos cargos de gestor, inclusive presidente. Com o trabalho junto aos mestres e folgazões desta região, colaborou com o processo de pacificação das manifestações populares das cidades da Mata Norte.
Atuou ainda como docente na Casa da Criança de Olinda e coordenador do palco de cultura popular do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG). Em 2011 realizou a exposição do estandarte “Diversidade Cultural”, peça afixada no Largo da Lapa, no Rio de Janeiro, com medidas de 10 m x 5,80 m, considerado o maior estandarte confeccionado à mão no mundo. Em 2012 a sua obra deu origem à exposição “Arte de Manoelzinho Salustiano Pede Passagem”, exibida no Centro Cultural dos Correios do Recife.